|
ANÁLISE
INSTITUCIONAL A
AI vai buscar saberes a todo o lado; de algum modo tem um estatuto
depredador; história sociologia psicanálise filosofia etnologia pedagogia Para
a soluçäo de todas as situaçöes de conflito que encontra, na esperança de poder
transformar as contradiçöes locais em mutaçöes. O
seu espaço de trabalho é sempre sobre o território dos outros - o
entrecruzamento e os espaços "estanques" de saberes que circulam
na instituiçäo. Oferece
uma perspectiva polimorfa; É
o pensamento/pensar do movimento que cria/sustenta a instituiçäo; Pode
ser compreendida como o
pensamento e o modo de acçäo da contradiçäo nas formas sociais. A
RESERVA Des-cobrir
tudo o que a instituiçäo esconde a alguns dos seus membros para se poder
sustentar como uma estrutura de poder - as reservas devem ser descobertas,
mostradas, denunciadas... O
INTROMETIDO Para
o analista, o bom funcionamento näo equivale a uma boa organizaçäo, mas à
enunciaçäo clara e permanentemente discutida pelos individuos implicados da
funçäo social que a instituiçäo deve preencher. Esta tensäo continua entre
a funçäo e o funcionamento é o campo de forças que permite a introduçäo da
Análise. OS
METACONCEITOS os
paradigmas centro/periferia instituinte/instituido analisador/analista quente/frio livre/preso a
dialéctica A
positividade do negativo Perante
a impossibilidade de analisar a instituiçäo pela positiva, a AI é levada a
teorisar os fenómenos, grupos ou comportamentos individuais que, em negativo
revlam mais da instituiçäo - as disfuncionalidades institucionais; É
no espaço desviante, no desvio que se encontra o posicionamento do
"integrado". Os
efeitos Constantes,
leis dos mecanismos sociais dentro das instituiçöes; os
enunciados paradoxais; o double-bind. A
Instituiçäo Antes
da Análise Institucional -
Hoje o problema + importante é o do DESVIO -A
Questäo do princípio institucional quanto à sua necessidade nunca é
levantada Os
Sofistas O
sujeito livre e individual (até) de Platäo; O
homem pode viver sem leis e/ou instituiçöes. Os
Cínicos Com
Crates, o Cínico, é atingido o extremo-limite anti-institucional - a sua vida
é o negativo do estado das instituiçöes na Grécia da época; A
Ironia - o anti-convencionalismo - o cäo modelo de vida para o homem; Quinze
séculos antes de Francisco de Assis Crates abandona a sua fortuna aos concidadäos
- abandona todo o tipo de instituiçöes
sociais - higiene, médica, costumes, práticas sexuais, etc... Para
os cínicos o homem é um artifício. Os
Hedonistas Aristóteles Oferece
a 1ª análise sociológica das instituiçöes - no espaço d'A Política
- a 1ª das ciências - uma microssociologia das relaçöes de dominaçäo
- homem/mulher, pai/filhos, senhor/escravo) Os
Estóicos O
humano no outro do Universo - o sucesso dos estóicos - a base do Direito
romano. Os
filósofos cristäos Stº
Agostinho A
igreja como comunidade espiritual dos eleitos O
Estado como organizaçäo social dos carnais O
Estado como necessidade de ordem A
Igreja como garante do estado A
Instituiçäo da justiça suprema - substitui-se à humanidade dos estóicos. Tomás
d'Aquino As
concepçöes de Estado e das instituiçöes estäo muito dependentes das relaçöes
de forças políticas e sociais do momento. Rousseau Ainda
näo se consegue que o Estado seja o produto de um contrato social; O
Estado é o resultado de vários séculos de História de guerras e exploraçäo;
é preciso que uma revoluçäo substitua os Estados históricos por estados
da Razäo. Hegel É
o primeiro a reivindicar o Estado como o lugar onde a sociedade se pensa... e
se constroi A
AI näo é um discurso positivo mas um pensar o complexo É,
de algum modo, o pensar da complexidade do social nas relaçöes que este
estabelece entre as suas actividades (as práticas sociais) e o seu próprio
saber; tenta conhecer as relaçöes e distâncias entre o saber das ciências
humanas e o saber social. Procura o espaço de transiçäo entre estes dois
saberes que é de relaçöes difíceis, antagónicas, das próprias ciências
humanas entre elas; Deverá
ser uma teoria da transversalidade do saber social e dos saberes instituidos. Em
termos metodológicos existe uma condensaçäo de conceitos e
sistemas de conceitos extraídos às outras ciências Psicanálise Recorrendo
a Freud, plagia-se a definiçäo:"Nomeia-se a Análise Institucional o
trabalho pelo qual suscitamos na instituiçäo a emergência do saber escondido
que a funda". Parte-se
do princípio que a livre circulaçäo da energia vital que as instituiçöes,
pela frustraçäo que organizam e geram, só podem bloquear... Com
Reich- Wilhelm, - pensador do sujeito e do colectivo, - considera/consideramos que a instituiçäo näo é
simplesmente o estabelecimento ordenado por um colectivo como o poderia ser
qualquer organizaçäo, mas também uma junçäo de individuos cujas
singularidades se voltam contra (ou colaboram nisso) a hegemonia da regra e do código. A
Instituiçäo e a linguagem A
lingua e a fala da instituiçäo O
Discurso é um problema central no estudo e reflexäo s/ as instituiçöes. Os
linguistas questionam-se s/ o problema da relaçäo entre a legitimaçäo e a
aceitabilidade das novas formas sociais através das transformaçöes da
lingua tal como s/ a questäo da língua como acto de intervençäo sobre o próprio
social. A
torsäo que as regras institucionais operam s/ a lingua é sempre notada. Certos
tipos de enunciados, maneiras de falar, tipicismos, gírias, interditos,
interrogaçöes permitidas, privilegiadas ou banidas, têm de ser analisadas. Isto
permite orientar a pesquisa e entrever, através de diversas formas de näo-dito,
os elementos de recalcamento na base da instituiçäo. Os
conceitos da AI A
definiçäo de Instituiçäo O
1º eixo - A dialectisaçäo - a instituiçäo é o produto da luta entre
instituinte e instituido; o
2º eixo é a relaçäo das instituiçöes entre elas; a dialéctica centro/periferia; A
relaçäo que se estabelece entre cada individuo social e o tecido institucional
- a implicaçäo; existe necessáriamente tensäo entre instituinte e
instituido; - o paradigma tensional; é
ao observar as oscilaçöes de nível e os diversos níveis de tensäo
existentes na instituiçäo que o analista melhr entende a relaçäo de forças
e o movimento tensional. O
modo de acçäo institucional - a prática social que caracterisa o trabalho
dos membros da instituiçäo no seu interior; - os tipos de implicaçäo dos
sujeitos no seio da instituiçäo. Centro
e Periferia A
definiçäo de Kafka em O Castelo; - as isntituiçöes säo para aqueles que as
olham de fora como as mónadas - de Leibniz - sem portas nem janelas, nas quais
a introduçäo de um "corpo estranho" é o que provoca mais problemas.
A instituiçäo só se abre áqueles para os quais já tinha previsto o lugar
na sua organizaçäo. A
dessocializaçäo intensiva que acontece na perifieria (das cidades) desde os
anos 70 Näo
existe um espaço social pré-existente às instituiçöes. A emergencia destas
curva o espaço imaginário do geográfico e do temporal para que se torne
espaço social instituido. Esta ideia inscreve-se mais num paradigma da
relatividade restrita que num modelo euclideano centrado. A
distribuiçäo das instituiçöes nunca é homogenea no espaço; a
instituiçäo considera-se como o centro na sua relaçäo com as outras. A
Rede institucional Tal
como na informática, o problema reside hoje nas ligaçöes, conexöes entre
pontos. Problemas de comunicaçäo; de interacçäo entre instituiçöes; Os
problemas da mediaçäo, do transporte no espaço social; O
nascimento da burocracia e do elefante branco; a instituiçäo que se cria para
mediar entre instituiçöes já existentes........ O
paradoxo de Zenäo... novas instituiçöes entre instituiçöes. O
espaço institucional torna-se mais denso e opaco no seu
formigueiro; cada vez mais difíceis de definir a partir da funçäo que as
criou, que provocou a sua emergência. - A esclerose total.-celulas mortas. A
Delegaçäo - as trocas de poder A
delegaçäo (simulada de poder) do centro para a periferia; até
certo ponto, de modo simbólico, as eleiçöes aparecem como a encenaçäo da
delegaçäo de poderes de todos a alguns; trata-se
de uma representaçäo nos dois sentidos; será por terem sido eleitos que se
encontram no centro? ou seräo eles elegíveis porque, de algum modo já estavam
no centro !? O
poder transversal Nas
zonas de grande concentraçäo institucional, as relaçöes de força entre
instituiçöes atingem uma complexidade e conflitualidade enormes. É por isso
que qualquer individo que porponha praticamente uma soluçäo para este problema
(sem a qual a capacidade operatória da instituiçäo näo existe) consegue um
poder que se torna rapidamente superior ao de qualquer tipo de delegaçäo. Para
tal deverá chegar ou encontrar-se por acidente num lugar "pivot", por onde seja obrigatório
passarem os diversos planos dessa transversalidade. Por vezes, é o próprio
elemento que dia após dia vai criando esse lugar, chegando-se a um ponto em que
ninguèm na própria instituiçäo ou mesmo em mais instituiçöes pode passar
sem a sua colaboraçäo... Individuo
e Instituiçäo - a implicaçäo Nota-se
que nos períodos mais quentes da história, a implicaçäo é mais fácil. A
transparência das "pertenças" sociais é maior. Por outro lado, nos
períodos frios, as pessoas desconfiam de tudo . A opacidade institucional é
maior. Isto explica porque é que se näo sai indemne da implicaçäo
(manifesta) - Oferece-se aos outros um saber sobre si que se pode virar contra
quem o oferece. A
análise das implicaçöes institucionais passa por uma dialéctica de interior
e exterior, do quente e do frio, do público e do privado... A
implicaçäo e duraçäo O
facto de estar lá há muito tempo é sinal de implicaçäo no dispositivo
institucional. A lógica do poder institucional prevê que aquele que tem algo a
dizer toma o poder para poder ser escutado. Tomar o poder leva tempo. No tempo
que passa, a energia instituinte vai-se perdendo... daí a escolha de todas as
atitudes de deserçäo, absentismo, etc. A
análise da implicaçäo Toda
a observaçäo de implicaçäo exige que o observador esteja ele próprio
implicado. A observaçäo nunca é neutra. A própria escolha do objecto é passível
de ser analisada - é a marca da implicaçäo do observador. A
implicaçäo generalisada A
estratégia das modernas instituiçöes (empresas multinacionais, grupos,
administraçäo, etc) envolve uma vontade sistemática de implicar os seus
membros.Os desviantes säo, assim aqueles a quem as instituiçöes mais pedem
implicaçäo. Exige-se o máximo de implicaçäo aos desviantes antes destes
serem excluídos. É
o assistente que tem mais horas de trabalho. É
o professor näo profissionalisado que tem mais horas e exigência de maior
participaçäo no liceu. É
o que mais recentemente entrou na empresa que mais tem de trabalhar, demonstrar
que mereceu a escolha. Quanto
mais o individuo é "periférico" mais a instituiçäo exige dele. O
efeito Al Capone - a burocratizaçäo e a instituiçäo controladora obriga os
seus elementos a contornarem permanentemente estes obstáculos e controlos, indo
até ao "desvio" de todo o tipo de bens em seu proveito. A
definiçäo de Instituiçäo p/ a Socianálise A
instituiçäo como um sistema social de formas que visa manter relaçöes
sociais de algum modo contraditórias. É, assim, a manutençäo, a permanência
social e os seus mecanismos de regulaçäo sejam eles imaginários ou reais. A
transversalidade institucional A
transversalidade é o sistema de relaçöes de facto que existe na prática
social entre os individuos ou membros do grupo fora das estruturas horizontais e
verticais de uma organizaçäo. Uma
dimensäo que pretende ultrapassar dois impasses; a pura verticalidade e pura
horizontalidade; acontece quando existe comunicaçäo entre diferentes níveis
e diferentes sentidos. O
trabalho da socianálise é expôr essa transversalidade. O
ESTADO Será
que o Estado se pode considerar como uma super-instituiçäo? O
processo de institucionalisaçäo permanente de todo o cidadäo enquanto
instituinte; O
contexto de incerteza - O INCERTO Se
o instituido se pode facilmente estudar porque está inscrito, posicionado
geograficamente no espaço institucional, a coisa é mais delicada no que diz
respeito ao "movimento". o "movimento" está enraizado no
que "já-lá-está" institucional,
näo é observável nem tangível de imediato porque se näo localisa
facilmente - é um fluxo de energia que reestrutura o instituido. A.
Touraine, que se interessa pelos movimentos sociais encontra-se perante um
problema metodológico; - näo consegue instalar um dispositivo de estudo dos
fluxos, desta energia. Está condenado por isso a dar conta apenas dos cadáveres
dos movimentos sociais. O
que é certo é que a energia social sai das instituiçöes em decomposiçäo. -
A universidade em 1968. Lourau: As
velocidades de comunicaçäo; - a transmissäo da insformaçäo de
deslocaçäo; - as pessoas e as mercadorias de
institucionalisaçäo - o efeito Muhlmann |