TiTIJLO ORIGINAL

~)DERNITY AND SELF‑IDENTITY--SELF AND SOCIETY IN THE LATE MODERN AGE

 

6~ ANTHONY GIDDENS, 1991

[TRADU(~AO PARA A LINGUA PORTUGUESA ACORDADA COM BASIL BLACKWELL, OXFORD

 

ANTHONY GIDDENS

Mr)n~r~N~nAnF F ll)FNTlT)Al)F. PESSOAL

 

PRIMEIRA EDIÇAO PORTUGUESA

1994

 

ll~ADU(~AO DO INGLE S POR

MIGUEL VALE DE ALMEIDA

 

ISBN

972‑8027‑11‑7

ISBN DA EDI(~AO ORIGINAL

0‑7456‑0932‑5, POLIIY PRESS, CAMBRIDGE

 

DEPOSITO LEGAL

65909/94

 

COMPOSI~AO

rl~l TA ~nTT( 11~ A

 

CAPA

('Fl TA F.DITORA

 

FOTOLITOS, IMPRESSAO E ACABAMENTOS

TIPOGRAFIA LOUSANENSE

 

I ~I rCA

 

RESERVADOS TODOS OS DIREITOS PARA A LINGUA PORTUGUESA

DE ACORDO COM A LEGISLA(~AO EM VIGOR, POR

CELTA EDITORA LDA

APARTADO 151, 2780 OEIRAS

 

Na composi~ao deste livro foram utilizados um microcomputador SCHNEIDER e uma

impressora NEC, distribuídos em Portugal por IFS.

 

TNl~TCE

 

Indice de figuras e quadros ...            ..........................................................            v1l

Agradecimentos ................            .. ..........................            ix

Nota da traduçao portuguesa ...            .............................................................            xi

 

INTRODUÇAO ..............................................            ....            1

 

 OS CONTORNOS DA MODERNIDADE TARDIA .........................            9

 Modernidade: algumas consideraçoes gerais .................            13

 O local, o global e a transformaçao da vida do dia‑a‑dia ..            19

 A mediacao da experiência .................................            21

 A modernidade tardia e os seus parametros existenciais ....            25

 Porquê modemidade e identidade pessoal? ...................            29

 

2 O SELF: SEGURANÇA ONTOLOGICA E ANSIEDADE

 EXISTENCIAL ...............................................            31

 Segurança ontológica e confiança ..........................            32

 Ansiedade e organizaçao social ............................            37

 Questoes existenciais .....................................            42

 Corpo e self ..............................................            49

 Motivaçao .................................................            56

 

3 A TRAJECTORIA DO SELF ....................................            63

 Auto‑identidade, história e modernidade ...................            67

 Estilos de vida e planos de vida ..........................            72

 Teoria e prática da relaçao pura ..........................            79

 O corpo e a auto‑realizaçao ...............................            88

 A anorexia nervosa e a reflexividade do corpo .............            92

 

4 DESTINO, RISCO E SEGURANÇA ...............................            97

 Destino, fatalismo e momentos decisivos ...................            97

 Os parametros do risco ....................................            102

 A procura activa do risco .................................            111

 Risco, confianca e casulo protector .......................            113

 Risco. confianca e sistemas abstractos ....................            119


5 O ISOLAMENTO DA EXPERIENCIA ..................................            129

  Referencialidade interna e tempo de vida .....................            130

  Influências institucionais ...................................            133

  Arenas de isolamento .........................................            139

  A incorporaçao social da loucura .............................            142

  O isolamento da doença e da morte ............................            144

  A privatizaçao da paixao .....................................            145

  Isolamento da natureza extrínseca ............................            147

  O narcisismo e o self ........................................            151

  Observaçoes críticas .........................................            155

  Os usos da terapia ...........................................            159

 

6 AS ATRIBULAÇOES DO SELF ......................................            163

 A influência do risco e da dúvida .............................            163

 Segurança ontológica, ansiedade e isolamento da experiência ...            165

 A relaçao pura: stress e tensoes ..............................            167

 "Viver no mundo": dilemas do self .............................            168

 Unificaçao versus fragmentaçao ................................            170

 Incapacidade versus apropriaçao ...............................            172

 Autoridade versus incerteza ...................................            174

 Experiência personalizada versus experiência mercadorizada ....            176

 A ameaça da ausência de sentido: uma dinamica subjacente ......            180

 O regresso do reprimido .......................................            181

 

7 A EMERGENCIA DA POLITICA DA VIDA .............................            187

 O que é a política emancipadora? ..............................            188

 A natureza da política da vida ................................            191

 Política da vida, corpo e self ................................            194

 Vidas pessoais, necessidades planetárias ......................            197

 Resumo: a agenda da política da vida ..........................            199

 Ligaçoes e implicaçoes ........................................            201

 

GLOSSARIO DE CONCEITOS .........................................            2n7

 

        INDICE DE FIGURA~ k (,~UAL~l~U~

 

FIGURAS

 

1 O dinamismo damodernidade

2 Questoesexistenciais

3 O isolamento da experiência ..................................                        1

4 Dilemas do self

 

QUADROS

 

  Culpa e vergonha

2 Política emancipadora e política da vida

3 Questoes existenciais e política da vida .....................                        2

 

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r~     V~: yL~a~ Jllldl~iVolramOS aosassuntos existenciais, tanto mais encontramos discordancias morais, como se poderá reconciliá‑las? Se nao há pnncípios éticos trans‑históricos, como pode a huma­nidade lidar, sem violência, com os embates com os "verdadeiros crentes"~ A resposta a estes problemas exigirá, sem dúvida, uma reconstruçao fundamental da politica emancipadora, bem como a prossecuçao dos esforços da política da

 

da dt~sente O livro concénttar‑so á nos parametros instituciónaisbdém Udma ob~dC°mPanhe~ra

 

GLOSSARIO DE CONCEITOS

 

Altos riscos: riscos que, de forma incisiva, têm implicaçoes para um vasto número de pessoas.

 

Auto‑identidade: o self enquanto reflexivamente entendido pelo indivíduo, em termos da sua biografia.

 

Casulo protector: a protecçao defensiva que filtra os perigos potenciais que se introme­tem a partir do mundo exterior, e que se funda psicologicamente na confiança básica. C

 

Colonizaçao dofuturo: criaçao de territórios de possibilidades futuras, por via da simu­laçao.

 

Confiança básica: confiança na continuidade dos outros e no mundo‑objecto, derivada das primeiras experiências infantis.

 

Confiança: a crença em pessoas ou sistemas abstractos, na base de um "impulso de fé"~ que poe entre parênteses a ignorancia ou a falta de informaçao.

 

Contradiçao existencial: a relaçao contraditória dos seres humanos com a natureza, como criaturas finitas que sao parte do mundo organico e, contudo, se colocam em confronto com ele.

 

Controlohumanomanifesto: intervençao humana nos mundos natural e social com orientaçao para o futuro, na qual os processos de colonizaçao sao regulados pela avaliaçao dos riscos.

 

Critérios extrínsecos: influências nas relaçoes sociais ou na vida social nao governadas pela reflexividade institucional da modernidade.

 

Cultura do risco: aspecto cultural fundamental da modernidade, pelo qual a consciência do risco constitui um meio de colonizaçao do futuro.

 

Descontextualizacao: processo pelo qual as relaçoes sociais sao abstraídas dos contextos locais e recombinadas ao longo de distancias indefinidas de espaço‑tempo.

 

Desqualificaçao da vida quotidiana: processo através do qual as competências e saberes locais sao expropriados pelos sistemas abstractos e reorganizados à luz do conhecimento técnico. A desqualificaçao normalmente é acompanhada de processos complementares de reapropriaçao.

 

Dialéctica do local e do global: interacçao oposicional entre envolvimentos locais e ten­dências globalizantes.

 

7n7


~Jeíto ae co~agem: ~ustaposlçao ae Items neterogeneos ae conhecimento ou intormaçao num texto ou formato de comunicaçao electrónica.

 

Experiência mediada: o envolvimento de influências temporal e espacialmente distantes na experiêncla sensorial humana.

 

Garantias simbólicas: meios de troca que têm um valor‑padrao e sao assim intercambiá­veis através de uma variedade indefinida de contextos.

 

Historicidade: uso da história para fazer história, um aspecto fundamental da reflexivi­dade institucional da modernidade.

 

Isolamento da experiência: a separaçao da vida do dia‑a‑dia do contacto com experiências que levantam questoes existenciais potencialmente perturbadoras--em especial expe­riências relacionadas com a doença, a loucura, a criminalidade, a sexualidade e a morte.

 

Modernidade tardia: a corrente fase de desenvolvimento das instituiçoes modernas, marcada pela radicalizaçao e globalizaçao de traços básicos da modernidade.

 

Momentos decisivos: momentos em que se têm de tomar decisoes consequentes ou iniciar cursos de accao.

 

Narrativa do self: estória ou estórias através das quais a auto‑identidade é reflexivamen­te entendida, tanto pelo indivíduo em causa como pelos outros.

 

O lugarfantasmagórico: processo através do qual as características locais do lugar sao completamente invadidas por relaçoes sociais distanciadas, e reorganizadas nos termos destas.

 

Perfil de risco: o retrato de feixes de riscos, em dados ambientes de acçao, com base no estado do conhecimento técnico.

 

Planeamento de vida: a adopçao estratégica de opcoes de estilo de vida, organizada em termos do tempo de vida antecipado do indivíduo, e normalmente ponderada através da noçao de risco.

 

Política da vida: política da auto‑realizaçao, no contexto da dialéctica do local e do global e da emergência dos sistemas internamente referenciais da modernidade.

 

Política emancipadora: política de libertaçao da exploraçao, da desigualdade e da opres­sao.

 

Postura corporal: conduta estilizada do indivíduo nos contextos da vida do dia‑a‑dia incluindo o uso da aparência para criar impressoes específicas do self.

 

Privatizaçao da paixao a retracçao da paixao à esfera sexual e a separaçao dessa esfera do olhar público.

 

Projecto reflexivo do self: processo através do qual a auto‑identidade é constituída pelo ordenamento reflexivo das auto‑narrativas.

 

Questoes existenciais: interrogaçoes acerca das dimensoes básicas da existência, no res­peitante à vida humana bem como ao mundo material a que todos os seres humanos "respondem~ nos contextos da sua conduta do dia‑a‑dia.

 

Referencialidade interna: a circunstancia pela qual as relaçoes sociais, ou aspectos do mundo natural, se tornam organizados reflexivamente em termos de critérios internos. Reflexividade institucional: a retlexlvlaaae aa moaernladu~ vulv~ u cl ~ vl~ rotineira de novos conhecimentos ou informaçao em ambientes de acçao que, assim, sao reconstituídos ou reorganizados.

 

Regimes: modos de comportamento regularizados relevantes para a continuidade ou promoçao de traços corporais.

 

Relaçao pura: relaçao social que é internamente referencial, isto é, que depende funda­mentalmente de satisfaçoes ou recompensas específicas dessa mesma relaçao.

 

Sector de estilo devida: uma "fatia" de espaço‑tempo do total das actividades de um indivíduo, no ambito da qual este segue um conjunto relativamente consistente de práticas sociais.

 

Segurança ontológica: sentido de continuidade e ordem nos eventos, incluindo aqueles que nao estao directamente presentes no ambiente perceptual do indivíduo.

 

Separaçao do tempo e do espaço: a libertaçao de dimensoes separadas de tempo "vazio" e espaço "vazio", tornando possível a articulaçao de relaçoes sociais descontextualizadas através de segmentos indefinidos de espaço/tempo.

 

Sistemas abstractos: garantias simbólicas e sistemas periciais de um modo geral.

 

Sistemas periciais: sistemas de conhecimento pericial de qualquer tipo, dependentes de regras de procedimento transferíveis de indivíduo para indivíduo.

 

Trajectória do self: a formaçao de um tempo de vida específico em condiçoes de moder­nidade, através do qual o auto‑desenvolvimento, organizado reflexivamente, tende a tornar‑se internamente referencial.

 

Umwelt (Goffman): um mundo fenoménico com o qual o indivíduo está rotineiramente "em contacto" no respeitante a potenciais alarmes e perigos.

 

~Lv f!