Amor é
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Abraça-me, meu amor
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Segura-me a ti
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Para que eu não possa fugir
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Para que eu, sem ter outro fim
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Aprenda a amar-te
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Até que só conheça o teu rosto
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Só conhecer o teu sorriso
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A tua voz
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O teu cheiro
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As tuas mãos
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Teus gestos
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O teu vulto
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Quando assim for, serei feliz
Feliz serei,
- Sabendo que o meu corpo
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Se diluiu no teu
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Que de igual modo se diluiu comigo
- Que mesmo sendo um só, não haja dor
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Quando um de nós tiver de partir
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Pois ao desaparecer o rosto
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O sorriso
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A voz
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O cheiro
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As mãos
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Os gestos
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O vulto
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Deixou o conhecimento, a viver
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Dentro do que por cá continuou
Paulo de Oliveira
saindo de Évora, 22-12-98 )+