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Composição

Comecei a compor em 1979, antes mesmo de começar a ter um piano. Junto com três amigos constituiu-se um ambiente de troca de experiências, ideias e colaboração que muito contribuiu para o desenvolvimento de cada um de nós. Acabou por materializar-se essa união no grupo Volte-Face, junto de quem entre 1982 e 1984 cantei em bares, tive muitas arrelias mas aprendi imenso sobre a arte e sobre o profissionalismo em Música. Ainda nem havia sombras de TetVocal cá no burgo e nós fazíamos harmonias originais de canções standard, por vezes melhores até que os modelos (não éramos nós a dizê-lo), além das nossas próprias canções. Dois dos elementos dos Volte-Face são profissionais de Música actualmente: o Vasco Pearce de Azevedo lecciona na Escola Superior de Música e é director de orquestra, tem capacidades de trabalho e um espírito de exigência e de luta admiráveis; o Jorge Carvalho Alves canta no Coro Gulbenkian e dirige coros, o toque divino das (poucas) composições que lhe vi fazer fazem-me sentir muita pena de ele não ter tido a perseverança de explorar esse filão. Finalmente, o Pedro Marçal de Almeida, trabalhador incansável da guitarra clássica, que tocava como poucos, e com uma costela brasileira que lhe dava um condão especial na interpretação da MPB.

Sobre a arte de compor, recomendo a leitura do texto de Charlie Mingus, a de um professor americano de improvisação e composição, e já agora outro que também escrevi em tempos para um amigo. Existe na Web o Center for the Promotion of Contemporary Composers. No acto de compor dou muita importância à melodia (para mim encontra-se aí a fonte de tudo o resto), mas tenho tendência para concentrar-me também nas tonalidades. Procuro sempre evitar repetir-me de uma obra para outra. A minha linguagem de compositor evoluiu principalmente através de duas transições, uma no inverno de 1982-3 e outra no inverno de 1986-7, assim se podendo subdividir as minhas criações em três períodos, A, B e C.

Lista de composições

Algumas das canções não-clássicas

Período A

«Shake», «Drink to Bobby Sands», um fado sem título, «Vou te deixando p'ra trás», um instrumental recusado pelos Volte-Face, «Selon Piaf», «X-Rays»...

Período B

«Friendship» (letra de Nuno Bettencourt), «Blues in E minor», a maior parte do «Canto-me deste lugar em ti» (letra de Márcio Candoso, ainda incompleto), «Time»...

Período C

Duas canções que preparei para o cantor Madi (mas que ele nunca ouviu sequer), «Troubles» (canção de Roland Senft, pianista de jazz suíço, para a qual fiz a melodia e os versos), «Lágrima» (letra de Pedro Cunha)...

Peças em moldes clássicos

Música para solistas e pequenos grupos

Música coral