A partir do selfing dos seus di-híbridos, Mendel obteve 4 classes fenotípicas com as proporções aproximadas de 9 : 3 : 3 : 1, em que a classe mais frequente era sempre a que continha os dois genes dominantes, a menos frequente a que não continha nenhum, e as duas intermédias, de frequências aproximadamente iguais entre si, apresentavam apenas um dos genes dominantes. Utilizando a terminologia de Mendel (actualizada), correspondiam respectivamente às classes A–B–, A–bb, aaB–, e aabb. Como já visto num exemplo acima, o traço significa que não se sabe, em cada indivíduo da respectiva classe fenotípica, qual a identidade do segundo gene desse locus, por efeito da dominância do primeiro gene: nessa posição tanto se pode encontrar o gene dominante, ou o recessivo, que o fenótipo é o mesmo. Mendel pôde verificar por selfing na F2 que, como esperava, 2/3 dos indivíduos A– (ou B–) eram heterozigóticos, e os 1/3 restantes homozigóticos. Repete-se que é muito conveniente, nos casos de segregação independente entre loci, o poder analisar-se cada locus independentemente: se, devido à dominância, ¾ da F2 de um selfing AaBb × AaBb são A– e ¼ aa, e o mesmo se passa entre B– e bb, então a probabilidade de obter indivíduos A–B– é ¾ × ¾ = 9/16, de aabb é ¼ × ¼ = 1/16, de A–bb é ¾ × ¼ = 3/16, e de aaB– é ¼ × ¾ = 3/16.
Se não houvesse dominância completa, iriam distinguir-se os heterozigóticos como classes à parte, isto é, os 32 = 9 genótipos diferentes que resultavam na F2 dariam 9 classes fenotípicas diferentes:
AABB AaBB AABb AaBb AAbb Aabb aaBB aaBb aabb 1/16 2/16 2/16 4/16 1/16 2/16 1/16 2/16 1/16 |
mas, com dominância completa, facilmente se verifica que as primeiras quatro classes são todas iguais fenotipicamente, totalizando os 9/16, e assim sucessivamente. Se, por exemplo, só A tiver dominância completa sobre a (enquanto na relação entre B e b haveria dominância parcial, sobredominância ou codominância), as proporções que resultavam do selfing numa população AaBb seriam 3 : 6 : 3 : 1 : 2 : 1. Note-se ainda que as proporções 1 : 1 : 1 : 1 esperadas de um testcross ao híbrido não são alteradas pelas interacções entre alelos.
Semelhantes exercícios de "agrupamento de genótipos" permitem explicar situações algo menos simples, as de interacção entre os loci segregantes.