Comentário geral | Guia de iniciação à direcção de coros amadores |
Coro da Universidade de Lisboa (1981-4) dirigido por José Robert -- repertório do mais refinado bom-gosto, 1ª experiência de uma competição num festival internacional (Cantonigròs, 1983).
Coro da Universidade Técnica de Lisboa (1984/6-8) dirigido por Luís Pedro Faro -- p. ex. a Missa Pange Lingua de Josquin.
Gemischter Chor Zürich (1984-5) dirigido por Räto Tschupp -- Missa em si menor de J. S. Bach.
Coro Giuseppe Oos, Zurique (1985-6) dirigido por Maria Baldauf -- o primeiro coro com grande qualidade vocal e o único com postura semi-profissional onde cantei; Requiem de Mozart, etc..
Renaissance Chor Zürich (1985-6) dirigido por ...
Coral de Letras da Universidade do Porto (1988-92) dirigido por José Luís Borges Coelho -- o melhor coro onde cantei; Dies Irae de Penderecki, 9ª sinfonia de Beethoven, Stabat Mater de Joseph Haydn, e muito repertório de curta duração.
Coro Gregoriano da Igreja de São Tarcísio da Lapa, Porto (1991-3) dirigido pelo cónego Ferreira dos Santos -- serviço litúrgico 100% em gregoriano.
1983: II Curso-estágio de direcção coral, Orfeão de Águeda, dirigido por José Robert
1986/7: Auxiliar de Regência no Coro da Universidade de Lisboa, junto de José Robert
1988: IX Curso-estágio de direcção coral, Coral Phydellius de Torres Novas, dirigido por José Robert
1988-90 e 1991-3: Direcção artística do Coro de Psicologia (Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto)
1991-2: Direcção artística do Coral Convivium Cantorum (Capela das Almas, Porto)
1994: Direcção artística do CORUE (Coro da Universidade de Évora)
1999-2000: Direcção artística do coro de câmara "Nós e os outros", sediado na Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António d'Aguiar, Évora
Lamentavelmente, são exemplos pouco ou mesmo nada seguidos, embora tanto um como outro coro tenham produzido vários directores artísticos. Apesar das excelentes qualidades dos cantores portugueses (vozes sonoras e brilhantes, naturalidade de aprendizagem, capacidade de adaptação), é muito difícil entre nós conseguir uma persistência de trabalho que leve a uma melhoria global da qualidade dos nossos coros -- essa dificuldade, mais do que a carência de pessoas capazes de ler à primeira vista, parece-me ser uma razão de peso. Muitos directores artísticos vivem nisto ou por amor à camisola ou (na maioria) em regime de biscate, complementando o seu ordenado em outras actividades ou mesmo saltitando de coro em coro ao longo da semana para arredondar a sua receita mensal; também este factor, a par da falta de verdadeira interacção entre coros que prevalece, contribui muito para um ambiente de "deixa andar" que se vive. Não é à toa que é assim um pouco por todo o lado na nossa sociedade.
Tradições corais como a alemã ou a inglesa, para citar as mais conhecidas entre nós (merece a pena também mencionar os excelentes exemplos da República Checa e da Holanda) estão por isso a léguas de distância, mas importa não desistir. Os cursos de José Robert subsidiados pela Secretaria de Estado da Cultura, dois dos quais eu frequentei, eram de excelente conteúdo mas na minha opinião não eram enquadrados por uma política nacional de incentivo que trouxesse resultados -- e foram interrompidos, aliás. Em 1992 resolvi de vez que havia de escrever um guia de iniciação à direcção de coros amadores cuja distribuição pelo país contribuisse para uma melhor situação. Apesar da defesa que fiz do projecto em várias instâncias, as dificuldades alegadas pelas editoras nessa altura e a minha indisponibilidade temporária levaram-me a adiar a sua elaboração, desenvolvi-o um pouco em 1999 mas a dimensão que tomou e a falta de incentivo (quem a publique e faça circular) desencorajaram-me. Alguns documentos representativos podem ser consultados no índice do guia.