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Situações não-canónicas

Toda a análise genética assenta na metodologia de cruzamentos utilizada, que dá um conhecimento razoável da homogeneidade da F1, e na qualidade das condições ambientais, tendo em vista a expressão óptima de todos os fenótipos. Quando por alguma razão os requisitos ideais não são atingidos, ocorrem situações que podem "atrapalhar" a determinação do tipo de hereditariedade.

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Heterogeneidade da F1

Antes de iniciar-se uma experiência genética tem de assegurar-se que os progenitores da F1 são linhas puras, o que se consegue por repetição sistemática dos cruzamentos consanguíneos, de preferência por selfing (cf. "consanguinidade"). Senão, haverá diferentes classes logo na F1, o que mesmo no caso mais simples de um locus chega a ter resultados complicados, por exemplo quando está envolvida uma série alélica:

Exemplo

Progenitores
(fenótipos)
F1
(fenótipos e frequências)
Hipótese genotípica
(progenitores)
A × B A (¼), B (¼), C (¼), D (¼) L1L2 × L1L3
A × E B (¼), D (¼), F (¼), G (¼) L1L2 × L3L4
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Penetrância incompleta

Alternativamente, a população híbrida pode ser homogénea geneticamente mas apresentar dois fenótipos (em proporções geralmente susceptíveis às condições ambientais) devido à penetrância incompleta de algum dos genes no híbrido.

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Não-aplicação da 1ª lei de Mendel

A letalidade ou semi-letalidade de certos genótipos, homozigóticos ou heterozigóticos, ocasiona uma distorção em relação às previsões da 1ª lei de Mendel que não pode ser atribuível à mutação. As diversas formas de letalidade podem exercer-se numa fase pré-zigótica (exclusão preferencial de micrósporos ou megásporos com certo genótipo, letalidade de certos gametófitos, mecanismos de auto-incompatibilidade) ou pós-zigótica (letalidade em qualquer fase do desenvolvimento do esporófito, mas especialmente a letalidade embrionária, por passar mais facilmente despercebida).

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Não-aplicação da 2ª lei de Mendel

Resulta da existência de grupos de ligação, um por cada cromossoma; só os loci de cromossomas não-homólogos obedecem à 2ª lei de Mendel, enquanto os do mesmo cromossoma apresentam desvios indicativos do arranjo dos respectivos alelos em haplótipos preferenciais (cf. "grupos de ligação").

Exemplo

P (linhas puras)
A × B
F1
Z
F2 (F1 × F1)
Z A B Y
(N = 237)
119 59 58 1
pred. 2ª lei
133,31 44,44 44,44 14,81
χ23 = 23,32, P < 0,001
.

Os desvios em relação à 2ª lei favorecem exactamente as classes A e B, iguais fenotipicamente aos progenitores da F1. Esta situação é tão frequente, e tão importante para a Genética, que requer um tratamento àparte (cf. "grupos de ligação").

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